As dificuldades ou
resistências face à mudança por parte das instituições, ciosas do controlo que
detêm sobre o processo, motivou o desabafo recente de George Siemens
(07-12-2008), segundo o qual “PLEs are great. They’re just completely
incompatible with the existing education system”. Para este autor, nem se trata
propriamente de adoptar soluções radicais e uniformes: para quem prefira
aprender num ambiente estruturado e mais tradicional, as universidades podem
perfeitamente continuar a oferecer planos de estudos com prazos temporais
fixos, como tem sido a prática mais corrente até aqui. Nem se trata, tampouco,
como em algumas visões mais utópicas, de acabar com as universidades e os
sistemas formais de educação e de acreditação. De acordo com Siemens
(10-10-2008), a acreditação continua a ser uma função da maior relevância a
desempenhar pelas universidades, mas a sua ligação ao ensino está a enfraquecer
– a solução, segundo ele, seria alargar o conceito de acreditação para a
Universidade manter o seu papel fundamental neste âmbito:
A broad, holistic, accreditation approach is one where
the whole person is considered in determining competence. Enlarging the
university's current conception of accreditation is an important step forward
that ensures universities continue to hold a central role in the knowledge
process. (Siemens, 10-10-2008)
As instituições de
ensino superior podem evoluir e alargar ou aprofundar o âmbito da sua
actividade, tornando-se organizações que formam conexões e facilitam relações,
criam oportunidades de investigação e funcionam como locais de descoberta e
avanço do conhecimento (Siemens, op. cit.).
Também Tony Bates, em The
state of e-learning, 2008 (19-12-2008), traça um retrato pouco optimista da
forma como as instituições educativas estão a reagir a estas mudanças e a
integrar a tecnologia no ensino e na aprendizagem. Do seu ponto de vista, o
grau de inovação e de reflexão tendentes à mudança em torno da utilização das
tecnologias são muito baixos, perpetuando-se os métodos que visavam preparar os
indivíduos para uma sociedade industrial que está a desaparecer rapidamente,
quando as necessidades actuais são muito diferentes:
We need to use technology as an integral part of our
teaching and learning activities to prepare learners for a knowledge-based
society, where learning prepares for and matches the world of work, leisure and
society. (op. cit.)
O desafio é o de
participar no esforço de inovação, de experimentação e de desenvolvimento de
novas respostas a novos problemas que são, também, oportunidades de continuar a
ter um papel relevante na construção do conhecimento e na educação das pessoas.
Referências:
Moraes, Reginaldo C.,
Educação a distancia e ensino superior: introdução didactica a um tema polémico. S.Paulo: Editora Senac, 2010.